Bacalhau de Natal à 'Chica Esperta'
- jg

- 29 de jan.
- 2 min de leitura

Na casa grande dos avós, onde nos juntávamos e cabíamos todos, as mulheres da família, apesar da ajuda na preparação de tudo no dia anterior, juntavam-se na cozinha para garantir que as couves/pencas, os grelos de nabo, as postas de bacalhau com o sal perfeito para todos os gostos (mais altas, mais baixas), as cebolas, as batatas no ponto certo e os ovos cozidos partidos a meio chegassem à mesa ainda quentes e perfeitos.
Lembro-me dos panos sobre travessas provisórias que abafavam e protegiam cada um dos ingredientes, enquanto a cozinha se enchia do perfume de Natal com a preparação do azeite quente com cebola e alho…
O bacalhau de Natal da minha infância
Chegava da cozinha em travessas grandes, bonitas e especiais, bem organizado e fumegante, como se tivesse acabado de ser preparado, seguido de: - Todos para a mesa! Cuidado, crianças! Vamos passar com o azeite quente!
O ritual de servir os pratos sem que faltasse nada a cada pessoa. As crianças rapidamente aprendiam a comer um pouco de tudo, até os grelos de nabo, amargos e especiais. Tudo regado generosamente com o azeite quente, que cheirava a Natal.
Desafio:
Adaptar o bacalhau de Natal da minha infância aos novos tempos, às minhas circunstâncias, sem perder o ‘Sabor de Natal’ nas memórias de cada um, para que possam também seguir em frente.
As famílias mudaram e organizam-se de mil formas diferentes, em grupos mais pequenos; As casas, mesmo as dos avós, são mais pequenas; Temos menos ajuda; Menos tempo e mais pressa; Menos espaço para travessas; Menos crianças e jovens adultos felizes a comer de tudo; Mais Liberdade...
O nosso ‘Bacalhau de Natal’ cheira e sabe ao Natal de sempre, é muito mais fácil e rápido de preparar e de manter quente, todos o adoram, e eu adoro saber que não alterei nada do essencial… É feito de Amor!
O vosso bacalhau tem azeite quente?
A Receita e modo de preparar é tal e qual como podem ver no vídeo:
Notas:
Existem dois momentos de cebola: a cebola que vai nos tabuleiros ao forno e a do azeite quente, que vai para a mesa à parte;
As couves já não são obrigatoriamente as pencas. Desta vez, comprei toscanas bio;
Cozo os ovos com o bacalhau (sem descongelar) e as batatas com as couves por cima, que retiro a meio do caminho, tudo na mesma panela em dois momentos diferentes;
Vou organizando e limpando tudo no entretanto;
O P. tem um feitio mais meticuloso do que eu: descasca os ovos e desfia o bacalhau, assumindo a ‘responsabilidade’ da ‘espinha perdida’. ☺️;
Faço tudo na véspera da véspera e deixo os tabuleiros cobertos com papel de alumínio no frigorífico, prontos para irem ao forno;
Deixo a cebola extra para o azeite , já cortada, mas fechada numa caixa para não ficar tudo a cheirar a 🧅;
Os ovos são servidos à parte, para ficarem lindos, por cima a enfeitar o prato, regado no fim com o azeite quente com cebola e alho.
Importante: Esta receita não pode levar azeitonas, para não ficar a saber a ‘bacalhau à Gomes de Sá’; É obrigatório o azeite quente com cebola e alho, porque é a alma do Bacalhau de Natal.




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