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Envelhecer

  • Foto do escritor: jg
    jg
  • 2 de jan.
  • 3 min de leitura
Foto de uma mulher sorridente, com o rosto apoiado na mão, acompanhada da palavra "Envelhecer" escrita verticalmente ao lado, com um pequeno coração, simbolizando serenidade e aceitação.


Colagem de quatro fotos de uma mulher sorridente com expressões faciais variadas. O texto sobreposto reflete, de forma leve e humorística, pensamentos sobre envelhecer e as mudanças físicas.

Devia ter uns 9 anos quando me dediquei pela primeira vez a pensar na morte e corajosamente olhei nos olhos da minha avó “mais especial” e lhe perguntei:


– Avó, não tens medo de um dia morrer?

Era pura curiosidade, mais por ela, que me parecia estar mais perto… Eu, como todas as crianças, sentia que ficaria assim para sempre.


Foi a rapidez da resposta, sem qualquer hesitação, que me surpreendeu, me sossegou automaticamente e me fez acreditar que não precisava ter medo, caso um dia me visse também velhinha perto dela.




– NÃO! Quando eu for muito velhinha e cheia da vida, vou querer descansar ☺️ E que bem que me vai saber!


Não tenho medo da morte, do que não sei e nem preciso saber. Não saber dá-me espaço para acreditar que tudo continua, seja lá de que forma for, e que é bom e certo, na “ordem natural de todas as coisas” em que acredito e defendo sempre.


Por outro lado, tenho medo do sofrimento, principalmente do físico, porque o emocional, bem ou mal, fui aprendendo desde cedo, na pancada, a tomar conta dele…


Uma queda, um acidente, imprevistos que não controlamos… Não penso muito neles, a não ser para agradecer não estarem a acontecer e o quanto estou bem.


As doenças não são inevitáveis, não são sinónimo de envelhecimento, não são um azar… O mundo dos humanos, longe do que é natural, está intenso, cada vez mais artificial e distante do que precisamos para envelhecer com saúde, sabedoria e sentido até ao fim desta fase…


“Catrefadas” de químicos, plásticos, venenos no ar, na água, nas roupas. A pele e os olhos longe da luz e dos elementos naturais. A comida que não é alimento, que não nutre, não constrói, não nos fortalece…


Temos cada vez menos noção da habilidade intrínseca do nosso corpo para sobreviver bem na vida e, também por isso, menos responsabilidade por correr atrás do prejuízo inevitável e garantirmos que as probabilidades correm a nosso favor, apesar de tudo o que não conseguimos controlar e evitar.

Há mais de 10 anos, estava a sentir-me miserável fisicamente e preocupada com o evoluir da minha condição e envelhecimento. Decidi olhar à minha volta e para mim neste mundo, e tomei uma decisão que se mantém até hoje e me garantiu uma saúde até agora inestimável.


Não existem segredos, milagres ou “sortes”:
COMER SÓ COMIDA DE VERDADE. Legumes/vegetais/frutos/carne/peixe/ovos/laticínios (pouco)/leguminosas (pouco)/cereais (poucos e em modo exceção)/gorduras boas (o mnhãm das comidinhas). No dia a dia, ZERO ULTRAPROCESSADOS.

Neste mundo cada vez mais artificial e intenso, do qual faço parte, sei que as probabilidades de ficar doente um dia existem e que vou morrer, certamente! ☺️


Cada ano de responsabilidade própria a reverter o que não está bem e a aprender o que fazer para me sentir melhor transformou-se no meu maior tesouro e orgulho.


Não sou uma pessoa “controladora”, rígida ou perfeccionista. Não sou crítica ou carrasca comigo ou com os outros e, obviamente, tenho defeitos, vulnerabilidades, dificuldades e preferências que me levam a nem sempre ser coerente e consistente nos propósitos.


Somos todos diferentes, especiais e, simultaneamente, muito iguais na nossa condição de humanos. Essa condição faz-me sentir necessidade de partilhar um bocadinho do que vou conquistando.

É Amor!




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